quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Poema em louvor às mulheres



Grande alegria do coração *


A única bem-amada,
Sem igual,
A mais bela do mundo,
Olha-a como a estrela
Rutilante do ano novo
No limiar de um ano bom.
Aquela cuja graça brilha,
Cuja pele reluz
Com suave reflexo,

Ela tem olhos
De límpido olhar
E lábios de doce falar
Nenhuma palavra supérflua sai
De sua boca,
Ela, de longo pescoço
E peito luminoso,
É dotada de cabeleira cor


De lapis-lázuli polido,
Seus braços excedem o brilho do ouro,
Seus dedos parecem
Cálias de lótus,
Aquela de rins lânguidos
E quadris estreitos,

Aquela cujas pernas
Defendem a beleza
Aquela de andar
Pleno de nobreza.
Quando na terra
Pousa os pés.
Com seu beijo
Rouba-me o coração.
Ela faz o pescoço
De todos os homens
Voltarem-se para vê-la
E com um deles
Que ela saúda é feliz:
Sente-se, então,
O primeiro dos jovens.


Quando ela sai de sua casa,
Acredita-se, pois, ver
A-que-é-a-ÚNICA!




* Extraído dos poemas de amor contidos no papiro Chester Beatty I, editado por Sir Alan Gardiner.



Fonte:

FEIJÓ, Martin Cezar. Antigo Egito: O novo Império.
Edt. Ática, SP, 1999.

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