sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A representação da Lua no Antigo Egito



A lua cheia sempre esteve ligada ao ser humano, ao animal ou possivelmente às plantas, assim como às criaturas noturnas ,como as bruxas e os lobisomens influenciando- as em seu comportamento e emoções.


Acredita-se que, durante a lua cheia, aumentem o número de crimes violentos, de suicídios e das internações nos hospícios, não é à toa que os loucos são chamados de lunáticos. A lua cheia também é relacionada à fertilidade, acredita-se que mais mulheres dão à luz na lua cheia, além de sua influência na menstruação.





No campo, muitos agricultores consultam a Lua antes de plantar ou podar, assim como nos salões de beleza muita gente faz o mesmo na hora de cortar o cabelo. Há pessoas que chegam à apostar na fase da lua para comprar e vender ações.

Não podemos esquecer que o poder da lua afeta até as marés no oceano, assim como na prática de magia, para cada feitiço uma fase da lua.



Só não sabemos se esses mitos lunares resistem aos dados científicos.




No Egito, haviam mitos relacionados à Lua e aos deuses. A Lua e o Sol representavam as duas luzes do céu que estavam associadas, através dos olhos, ou ao deus Rá ou ao deus Hórus (neste caso como deus do céu, não como filho de Ísis e Osíris). Segundo o mito, os olhos de Hórus significavam o sol e a lua, no caso o esquerdo era a lua, que significava o lado feminino, a intuição, a feminilidade e a fertilidade, já o lado direito significava o sol, o lado masculino, poder, força, enfim, os opostos que se atraíam.

Chamada de Aha, a Lua possuía características masculinas e era representada, assim como o Sol, cruzando o céu. Seu ciclo se iniciava na fase Nova, terminando na Cheia. Ao que parece, além do calendário civil, havia um calendário lunar no Egito. Os egiptólogos possuem posições divergentes quanto ao seu funcionamento, mas isso é
outro assunto.



A Lua, nos ritos funerários, representava a renovação e o rejuvenescimento, pois era “aquela que repetia suas formas”. O Sol possuía divindades associadas, o que também acontecia com a Lua, mas em menor escala. Como exemplo, cito o deus Khonsu de Tebas, filho do poderoso deus Amon-Rá, e o deus Thot, ligado às ciências. A Lua Cheia, pelo seu brilho, favorecia as celebrações noturnas. Por sua vez, a Lua Nova estava associada a diversos festivais e ritos, como é o caso, por exemplo, do festival dedicado ao deus Min, relacionado à fertilidade.


Deuse lunares:


Thot:



Toth (Tot, Tôt ou Thoth) - deus da sabedoria um deus cordato, sábio, assistente e secretário-arquivista dos deuses. É uma divindade lunar (o deus da Lua) que tem a seu cargo a sabedoria, a escrita, a aprendizagem, a magia, a medição do tempo, entre outros atributos. Freqüentemente é representado como um escriba com cabeça de íbis (a ave que lhe estava consagrada). Também era representado por um babuíno. A importância desta divindade era notória, até porque o ciclo lunar era determinante em vários aspectos da atividade civil e religiosa da sociedade egípcia.



Sua filiação ora é atribuída a Rá, ora a Seth. Refere-se também que seria conselheiro de Rá. Sua companheira íntima, Astennu, é por vezes identificada com o próprio Toth . Tinha uma filha: Seshat. Era marido de Maet Também teria participado na construção das pirâmides.

Nut:


Filha de Tefnut (deus da umidade) e Shu (deus do vento), esposa de Geb (deus da terra), mãe de Osíris (deus dos mortos), Ísis (deusa da fertilidade), Seth (deus da guerra), Néftis e Hátor (deusa protetora das mulheres).



Nut representava o céu e invocada como a mãe dos deuses. Muitas vezes sob a forma de uma va era representada por uma belíssima mulher trazendo o disco solar orlando sua cabeça.
Com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb.




Khonsu:



Khonsu (também chamando de Chonsu, Khensu, Khons, Chons ou Khonshu) é um antigo deus egípcio cujo papel principal está associado à lua. Seu nome significa "viajante" e isto pode referir-se a viagens noturnas da lua no céu. Juntamente com Thoth ele representa a passagem no tempo. Khonsu foi fundamental na criação de nova vida em todos os seres vivos. Em Tebas ele fazia parte de uma tríade com Mut, sua mãe,e Amon ,seu pai. Em Kom Ombo ele era venerado como filho de Sebek e Hátor [1] .


É visto de duas maneiras diferentes, uma delas lembra o deus Rá que é um falcão, mas diferente do deus Rá, Khonsu é visto com o símbolo lunar na cabeça em vez do solar, outra forma lembra o deus Osíris, porém, com uma trança egípcia infantil e com o símbolo lunar da cabeça em vez da coroa com plumas.Khonsu utiliza os símbolos lunares por ser deus da lua, sua aparência foi muito confundida com o deus da guerra Montu devido a terem a mesma cabeça de falcão e utilizarem os mesmos símbolos, a única coisa que os diferencia é o chapéu. Por ser um deus do conhecimento adorava jogar Senet (um jogo de tabuleiro) com o deus Toth.

Normalmente ele é retratado como uma múmia com o símbolo da infância, uma sidelock de cabelo, bem como a menat colar com bandido e malho. Ele tem ligações estreitas com outras crianças, como divino Horus e Shu. Ele às vezes é mostrado vestindo um falcão da cabeça como Horus, com quem ele está associado como um protetor e curandeiro, enfeitados com o sol disco ea lua crescente [2].

Ele é mencionado no Pyramid Texts e Coffin Texts, no qual ele é retratado em um aspecto feroz, mas não ganha destaque até o Novo Reino, quando ele é descrito como o "Maior Deus dos Grandes Deuses". A maior parte da construção do complexo do templo de Karnak foi centrada em Khonsu durante o Período Ramessida [3]. Seu templo em Karnak está relativamente em um bom estado de conservação e em uma das paredes está representado um cosmogenia em que Khonsu é descrito como a grande serpente que fertilizou o “Ovo Cósmico” da criação do mundo.
Khonsu possui uma reputação como curandeiro que ultrapassa o Egito como a lenda em qua a princesa de Bekhten instantaneamente foi curada de uma doença, quando uma imagem de Khonsu chegou. Rei Ptolomeu IV chamava a si mesmo como "Amado de Khonsu Quem Defende Sua Majestade e Dispersarei os Maus Espíritos" após ter sido curado de uma doença. Memphis, Hibis e Edfu foram aos locais de seu culto.


[1] The Oxford Guide: Essential Guide to Egyptian Mythology", Edited by Donald B. Redford, p186-187, Berkley, 2003.

[2] The Oxford Guide: Essential Guide to Egyptian Mythology", Edited by Donald B. Redford, p186-187, Berkley, 2003.

[3] Idem






Fontes:

















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